4 de março de 2010

FUTEBOL - A Pubalgia

Sofrimento que afecta a região da sínfese púbica e inserções tendinosas vizinhas.

FREQUÊNCIA - é claramente superior nos homens em relação às mulheres, é muito habitual nos praticantes de futebol.

Embora o número de mulheres que se dedica à prática de futebol seja consideravelmente menor, as diferenças anatómicas do canal inguinal e as menores exigências no treino, além da melhor adaptação da bacia feminina à violência biomecânica são a principal justificação.

Não é exclusiva dos futebolistas : aparece também nos praticantes de ragueby, ténis, esgrima , andebol e outros.

ETIOPATOGENIA

Básicamente são três as estruturas interessadas directamente no sindrome pubálgico : a sinfese púbica, os musculos aductores da coxa e o complexo do canal inguinal. Em conjunto com os gestos técnicos repetitivos, actuam uma série de factores intrinsecos e extrinsecos que potenciam a sua acção nefasta sobre a bacia. Poderemos assim considerar dois grandes grupos de factores favorecedores.

PRINCIPAIS GRUPOS MUSCULARES IMPLICADOS NA PUBALGIA

Os que se inserem superiormente na sinfise púbica são:
- Os grandes rectos, os musculos transversos e os grandes obliquos;

Os que se inserem inferiormente são:
- O grupo de aductores da coxa, o aductor médio o aductor menor o recto interno e o pectineo.


FACTORES INTRÍNSECOS

No grupo dos factores intrinsecos, que estão relacionados com o próprio atleta (morfótipo), normalmente são atletas brevilineos, jovens, com


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hipertrofia muscular, com encurtamento e menor flexibilidade dos músculos dos membros inferiores, particularmente dos aductores, em contraste com uma musculatura abdominal significativamente insuficiente. Podemos encontrar situações que vão exigir grandes esforços da sinfise púbica, agravadas pelos gestos repetitivos a que a prática desportiva obriga. Assim devemos procurar causas de agravamento como sejam :
Anomalia congénitas ou adquiridas da parede abdominal sobretudo nas suas localizações mais inferiores, tal como anomalias do canal inguinal.
Hérnias congénitas ou adquiridas, nalguns casos devido ao estiramento das estruturas anatómicas do canal inguinal, efeito provocado por forças de tração num ponto de menor resistência e originando verdadeiros estados pré-herniários.
As dismetrias dos membros inferiores,que são desigualdades no comprimento e são situações muito frequentes embora inaparentes, geram instabilidade pélvica e levam a perturbações estáticas e dinâmicas daqueles.


FACTORES EXTRÍNSECOS

Os factores extrinsecos, estão directamente relacionados com a prática desportiva, e dependem de uma série de factores tais como :
Factores ecologicos realtivos à qualidade dos solos e calçado usado (pisos duros e uso de calçado com pouca absorção de choques).
Tipo de desporto praticado que pode ser mais ou menos agressivo para a região púbica (futebol, esgrima, ténis, rugby).
Excessos quantitativos.
Erros na coordenação e progressão do treino.


PREVENÇÃO DA PUBALGIA

Sendo a pubalgia uma lesão tão incapacitante, devemos preveni-la e para isso é necessário uma estreita colaboração entre o ATLETA o TREINADOR o MÉDICO o FISIOTERAPEUTA.
A sua prevenção passa por um treino programado e progressivo e devem ser prevenidos e tratados todos os factores predisponentes.
A musculação abdominal cuidada e os alongamentos dos aductores e dos ísquio-tibiais, devem ser feitos em todos os treinos.Pretende-se assim que o atleta tenha um adequado equilibrio dinâmico da bacia.
Algumas normas terapeuticas :
- Quando perante uma pubalgia o atleta deverá ter um repouso desportivo completo e suficientemente prolongado ( entre 40 a 90 dias ) para que a cura de qualquer elemento tendino aponevrótico atingido seja total.
- Os anti-inflamatórios devem ser administrados preferencialmente os não esteroides em doses moderadas e decrescentes durante 20 a 25 dias, para que sejam eficazes ao nivel das estruturas tendino-aponevróticas lesadas.
- O fortalecimento e a tonificação muscular deve ser feita antes do incio dos treinos.
- O retorno à actividade desportiva deve ser progressivo e programado.


TRATAMENTO CIRURGICO

A cirúrgia está reservada, para os casos decorrentes de sofrimento das estruturas tendino-aponevrótivas, desde que não haja evolução favorável após três meses de tratamento médico, bem instituído e desenvolvido.
O tratamento cirúrgico, tem indicação formal e logo desde o início, para os casos em que a pubalgia decorre de anomalias do canal inguinal.


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TREINO - Qualidades Físicas - Parte 2

PRODUÇÃO AERÓBICA DE ENERGIA

Para que se desencadeie esta fonte de energia é necessária a presença de O2. Este processo utiliza como substrato o ácido pirúvico, ácidos gordos e aminoácidos. Estes sofrem uma serie de transformações, resultando na libertação de energia (ATP), água e dióxido de carbono (CO2)

Tendo em consideração as reservas orgânicas de gorduras, bem como a capacidade ilimitada de captação de O2, podemos afirmar que o processo aeróbico pode produzir energia durante muitos minutos ou horas. Este processo torna-se eficiente a partir dos 3 ou 4 minutos após a realização do exercício.

RESISTÊNCIA

A Resistência é a capacidade de resistir psíquica e fisicamente a uma carga durante um grande período de tempo produzindo-se um cansaço insuperável devido à intensidade e á duração da mesma e / ou de recuperar-se rapidamente depois de esforços físicos e psíquicos.

Importância no Futebol (funções da resistência):
- Manter durante o máximo de tempo possível uma intensidade óptima da carga ao longo da duração do jogo;
- Manter o mínimo de perdidas de intensidade (inevitáveis) durante todo o jogo;
- Aumentar a capacidade de suportar a carga de jogo;
- Recuperação rápida (após os jogos e treinos); e
- Estabilização técnica e táctica e da capacidade de concentração.

Factores em que são determinantes um bom índice de resistência:
- Físico (redução reversível da função muscular);
- Mental (capacidade de concentração);
- Sensorial (diminuição transitória da percepção sensorial – visual, auditiva e táctil);
- Coordenação (sistema nervoso central); e
- Emocional (anímico).


Para alcançar altos rendimentos no futebol é necessário

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o desenvolvimento de três tipos de resistência: resistência Base I, resistência base III (acíclica), e a resistência específica.

RESISTÊNCIA DE BASE 1

Este tipo de resistência, permite-nos criar uma base geral (não específica) para o treino de outras capacidades de condição física e de coordenação que resultam determinantes para o rendimento desportivo.

Trata-se pois “dos primeiros passos” (pré - temporada) que realiza qualquer jogador antes de iniciar o ciclo de treino. Este tipo de resistência é a premissa onde se fundamentará o treino específico do futebolista.
Um dos aspectos fundamentais deste tipo de resistência é que implica sempre esforços aeróbicos (dentro do limiar anaeróbico).

Os objectivos mais importantes que se atingem ao treinar este tipo de resistência são:
- Economização da capacidade aeróbica a um nível médio (mais trabalho com menos dispêndio); e
- Incidência na via aeróbica como elemento de recuperação entre esforços e entre sessões.

MÉTODOS DE TRABALHO
Para desenvolvermos esta resistência encontramos dois grandes métodos:

- Método contínuo extensivo: caracteriza-se pela inexistência de pausas durante a realização do esforço; e
- Método intervalado extensivo: caracteriza-se pela interrupção do esforço mediante períodos de pausa (recuperação).

RESISTÊNCIA DE BASE 3 (ACICLICA)

Este tipo de Resistência pretende criar uma base que permita um amplo treino dos factores técnico – tácticos, assim como melhorar a capacidade de recuperação durante as fases de baixa intensidade.

As características das cargas da resistência de base III são idênticas ao tipo de esforços que se realizam no futebol:
- Repetição de fases curtas de máxima intensidade;
- Tipos de recuperação extremamente variados;
- Elevado volume da carga dentro da actividade global;

Neste sentido, as cargas caracterizam-se pela irregularidade da intensidade (com fases de poucos segundos de esforço com carácter máximo, cargas médias até esforços submáximos conjuntamente com períodos de pausas)

MÉTODOS DE TRABALHO
Para desenvolvermos a Resistência de Base III encontramos como o método mais adequado o contínuo variado.

Dentro deste método podemos distinguir duas grandes formas de trabalho:
- Fartlek; e
- Corrida contínua com variação de velocidade.


É extremamente importante na corrida contínua com variação de velocidade , em nosso entender, controlar os tempos em que se realizam os diferentes sprints (excepto os dos 10 metros – dada a pouca fiabilidade com uma cronometragem manual), já que se pode obter informações fundamentais para o treino:

- Se nos últimos sprints se despende muito mais tempo que nos primeiros. Este facto, indica-nos um baixo nível de resistência;
- Se os atletas conseguirem manter um tempo aproximadamente similar nos últimos sprints. Este facto, indica-nos um alto nível de resistência.

Quando se consegue manter os tempos, poderemos falar que tenhamos conseguido com que o jogador tenha uma elevada capacidade para que, depois de realizar um sprint, possa estar disponível a voltar a repeti-lo. Esta capacidade pode avaliar-se mediante um índice de resistência:

Média de Velocidade dos primeiros spints (30 e 50 metros)
Índice R = -------------------------------------------------------------------------
Média de Velocidade dos últimos spints (30 e 50 metros)

O resultado multiplica-se por 100, e quanto mais próximo este é de 1, melhor nível de resistência terá o jogador.

RESISTÊNCIA ESPECÍFICA

Podemos considerar este tipo de resistência como um prolongamento da resistência de base III (acíclica) e que se tem em conta de forma mais detalhada, não só as características gerais que definem os esforços próprios de cada desporto (resistência à velocidade e à força rápida), mas também considera os aspectos mais específicos do tipo de esforço requerido para cada jogador. Tendo em atenção o seu tipo de desmarcação, o sistema e o método de jogo utilizado, e as características e missões tácticas do seu jogo.

MÉTODOS DE TRABALHO
- Corrida contínua com variação de velocidade; e
- Método intervalado intensivo muito curto
(CONTINUA)

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