17 de fevereiro de 2010

TREINO - Qualidades Físicas - Parte 1

O treino é um processo pedagógico que visa desenvolver as capacidades técnicas, tácticas, físicas e psicológicas dos praticantes através da prática sistemática e planificada do exercício orientada por princípios e regras devidamente fundamentadas no conhecimento científico.
Objectivamos através do treino atingir uma eficiência máxima com um dispêndio mínimo de energia e uma recuperação rápida.

O respeito quer pelos princípios metodológicos (unidade / individualização, continuidade, variação ondulante, ciclicidade da carga e progressão), quer pelos princípios biológicos (princípio da sobrecarga, princípio da reversibilidade, princípio da especificidade e princípio da retardabilidade / heterocronia) reveste-se de uma importância acrescida quando falamos no treino das capacidades físicas (mesmo este sendo integrado com os outros factores de treino como o deve ser).

No treino das capacidades físicas (resistência, força, velocidade e flexibilidade), deve ter-se em conta não só a natureza da carga (interna e a externa), mas também as suas componentes como a duração do exercício de treino, o volume, a intensidade (as relações entre a intensidade e volume), densidade e frequência.

VIAS ENERGÉTICAS:
Os músculos só se contraem devido á libertação de energia química. Assim, essa energia encontra-se armazenada no músculo e em outros tecidos orgânicos associada com algumas substâncias químicas: adenosina trifosfato (ATP), fosfocreatina (PC), hidratos de carbono, gorduras e proteínas.
No entanto, a única fonte de energia química que o organismo consegue utilizar no processo de contracção muscular provém do ATP, sendo as restantes fontes de energia utilizadas na sua ressíntese.

A produção de energia pode realizar-se através de dois processos metabólicos:
- Produção anaeróbica – quando a ressíntese do ATP é realizada sem a presença de oxigénio (O2);
- Produção aeróbica – quando a ressíntese do ATP é realizada com a presença de oxigénio (O2);

PRODUÇÃO ANAERÓBICA DE ENERGIA:
Logo desde o início da realização de uma actividade desportiva, com uma intensidade suficientemente elevada no músculo tem de produzir energia necessária pela...

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via anaeróbica.

O primeiro mecanismo responsável pela síntese de ATP provém da síntese de PC que se combina com o ADP:

Esta fonte consegue produzir uma quantidade imediata e elevada de energia, mas as reservas de PC são muito limitadas, permitindo apenas a continuidade do processo de contracção muscular durante os 10 a 20 segundos iniciais.
Este processo de produção de energia é designado por fonte anaeróbica aláctica.

Depois deste período e com as reservas de PC quase esgotadas, o músculo, para continuar a ressíntese de ATP, terá de utilizar as outras fontes de energia. Assim, a fonte de energia que se segue será a dos hidratos de carbono, os quais provêm dos açucares que ingerimos na nossa alimentação, convertido em glicose. Desta forma, a glicóse é um processo de degradação de glicose com formação de moléculas de ATP e de ácido pirúvico:

Na ausência de O2, o ácido pirúvico transforma-se em ácido láctico, que é um produto residual altamente tóxico. O esgotamento das reservas de glicogénio e o aumento das concentrações de ácido láctico são os factores limitativos da continuidade do trabalho muscular.

Esta fonte de energia denomina-se por fonte anaeróbica láctica. Inicia a sua actividade 30 segundos após o começo do trabalho muscular, mantendo-se em funcionamento até aos 3’.

A quantidade de energia fornecida por este mecanismo tem um limite que é imposto pela quantidade de Ácido Láctico acumulado no Sangue. A capacidade de suportar taxas muito elevadas de ácido láctico no sangue varia de indivíduo para indivíduo e é um elemento que nos ajuda a caracterizar o estado de treino do jogador. (CONTINUA)

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